quarta-feira, 1 de maio de 2013

Capítulo 1


O rei de Ainsengard morreu. Muita dor e luto, principalmente para a sua família. O seu único filho, Gabriel, não acreditava na notícia. Até porque ser o único herdeiro de um grande reino era uma responsabilidade muito grande para um adolescente de 15 anos. Localizado num continente gelado onde a população vive a maior parte do ano sob a neve e às escuras, Aisengard tornava-se, naquele dia, muito mais fria do que comumente, pois a partir daquele momento faltaria o abraço quente de um homem justo e acolhedor. Seu último pedido foi que defendessem o reino com honra e bravura. Seu último ensinamento: a melhor defesa é o ataque, surpreenda o seu inimigo! E depois de um funeral grandioso, Gabriel afirmava em silêncio:
-Meu pai foi um herói. 
Aproximou-se do então príncipe Gabriel, um homem velho, baixo e fraco, que se dizia mordomo do castelo e servo do falecido rei, dando os pêsames: 
- Majestade, meus sentimentos. Sei que é um momento difícil, mas o seu povo precisa de uma resposta da família em relação ao trono. O senhor Gabriel tem o direito e o dever de reclamá-lo antes que alguém resolva tomá-lo. Venha, vamos até a varanda, é grande o número de pessoas que o aguardam, preocupados com o futuro delas. 
O príncipe caminhou até a varanda, quase que chorando, sem saber se faria aquilo com orgulho ou com pesar. Enfim, quem esteve naquela gélida noite de muita neve e escuridão, ouviu Gabriel estender os braços e dizer que conduziria aquele reino como um legítimo herdeiro. Antes de ir para seus aposentos, Gabriel faz uma pergunta ao seu servo, despretensiosamente:
- Servo, o meu pai foi um rei bom e piedoso ou um tirano?


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